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PAISAGEM DO CORPO

Na investigação plástica, o corpo é visto como paisagem. Construída de fragmentos internos e externos do corpo, uma natureza em obra, que fala da vida e do homem; dos seus sentimentos, das emoções, dos prazeres e sua função sociopolítica ambiental. O interior e o exterior do corpo são representados por tecidos, rendas, imagens digitais, objetos, fotografias, apropriações e instalações.

 

As obras ressaltam o valor do corpo e o valor da paisagem, sendo vista como consequência um do outro. Amplia o conceito de paisagem, trabalhando as partes do corpo como tal. Somos paisagem e ambiente, parte de um todo que deve ser cuidado. Na construção desta paisagem, partindo de referência do próprio corpo da artista, a mama é uma das formas resignificadas, que suscita emoções e permite fazer relações.

 

Em cada obra, desenvolve questões significativas que metaforicamente estão relacionadas com o seio como símbolo do feminino; tendo como visão - o seio pertence à mulher. O que é liberto para a artista necessariamente pode não ser para outra pessoa. Pensa-se em questões como fetiche, fascínio, beleza, erotização, prazer.

 

Existe uma desespecificação no trabalho, a artista consegue hibridar várias linguagens, resultado de cruzamentos entre várias técnicas e experiências. A referência estética é o seio, a mama, e a teta (animais) que pela sua polissemia, oportunizou manifestar muito dos sentimentos em relação à vida através de questões como: aconchego, oferenda, fonte, prazer, dor, objeto de desejo, repulsa e preconceito. Retorno à infância, aos laços familiares e às raízes.

Apresentam-se neste site algumas obras referentes à pesquisa sobre o corpo. E também outros trabalhos realizados nestes últimos períodos.

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As imagens de Clara são naturais do seu próprio corpo, transformadas em paisagens íntimas oriundas do interior da mama. Objeto direto da sua poética artística, este símbolo de feminilidade e liberdade é desvelado pela artista em transparências radiográficas do tecido invisível que constitui o peito, zona erógena, fonte de inspiração e de sentidos no aleitamento, no gozo e na dor.

Por André Venzon

Artista Visual e Curador independente

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